Banca de defesa mestrado acadêmico em saúde da família-UFC: Saúde Mental de estudantes do ensino superior durante a pandemia de COVID-19: Passos e descompassos desta travessia.

 

 

A pandemia da Covid-19 trouxe muitos impactos para a saúde mental da população em geral. Face a isso, os estudantes universitários, em especial, tiveram os fluxos de estudo interrompidos ou modificados, gerando sofrimento psíquico dessa parcela da comunidade. Diante disso, este estudo objetiva analisar a situação de saúde mental dos estudantes do ensino superior do Ceará, durante a pandemia. Trata-se de estudo do tipo descritivo e exploratório, com delineamento transversal. Fez-se parte de investigação mais ampla, desenvolvida no período de 6 de julho a 10 de setembro de 2020. O estudo, em questão, buscou identificar sinais e sintomas relacionados à saúde mental dos estudantes universitários, durante o isolamento social e a quarentena. Como principais resultados encontrados, a maior parte dos estudantes envolvidos no estudo era do sexo feminino (61,4 %), Fortaleza e Sobral foram os municípios com colaboração mais ativa: (28,1%) e (20,4%). Quanto às modificações na metodologia de ensino, 1.492 (40,4%) permaneceram no formato remoto, 1.305 (35,4%) com compromissos EAD, e 784 (21,2%) tiveram as atividades cancelas. Evidenciou-se, também, que a média de Bem-Estar Positivo foi mais alta para pessoas casadas, seguida por viúvos, depois por aqueles em união estável e divorciados, sendo mais baixa para solteiros. A saúde mental, de forma global, e nas principais dimensões de Afeto Positivo e Laços Emocionais, assim como no Bem-Estar Positivo, foi melhor nas instituições privadas. O estado de Saúde Mental, de maneira geral, tende a melhorar com o aumento da satisfação em relação à participação nas atividades pedagógicas promovidas pela instituição no decurso do período de isolamento. Por conseguinte, o estado de Saúde Mental, globalmente, apresenta tendência para aumentar as melhores condições e acesso à internet, no decorrer do isolamento social, enquanto tendem a diminuir com o aumento da preocupação com a continuidade do curso de forma presencial. Em vista disso, a saúde mental, de forma geral, em ambas as dimensões e em todas as dimensões primárias, exceto na Dim2 - Laços Emocionais, foi melhor para quem não teve medo de ser infectado pelo coronavírus, pior para quem já foi infectado, e intermediária para aqueles que tiveram medo de serem infectados. Consequentemente, essa circunstância, apesar de inusitada, também reflete que parcela significativa da amostra estava insatisfeita com as metodologias adotadas. Isso se deve ao fato de muitos estudantes terem dificuldades para acessarem as aulas nesses novos formatos impostos pela situação. Portanto, essa calamidade instaurada trouxe instabilidade emocional com repercussões intensas e duradouras. Essa camada da população precisará de grande apoio emocional e um plano terapêutico eficaz para estabilizar a saúde mental de cada ente adoecido, assegurando assistência terapêutica eficaz e contínua para os universitários.

PALAVRAS-CHAVE: Covid-19; estudantes universitários; saúde mental.